Quero aproveitar o ensejo do tal
"dia específico da mulher" para mostrar o outro lado que muitos
hipocritamente escondem. Não é o dia, em que as mulheres recebem flores em
supermercados, padarias ou faixas com homenagens em avenidas da cidade. 8 de
Março é o dia que as atenções se voltam as mulheres, discursos e mais
discursos, mensagens e mais mensagens transmitidas pela mídia, o comércio busca
vender produtos em razão dessa data. Entretanto, o problema não é UM DIA e sim
o que acontece nos DEMAIS DIAS, ANOS com as mulheres. Historicamente, sabemos
que a mesma sempre foi oprimida pelo discurso misógino, marginalizando-a. Mas,
onde há um opressor e um oprimido o confronto é inexorável, pois não há quem se
submeta a uma condição de negação de vocação ontológica.
Esse DIA que reservamos para
prestar felicitações às mulheres só comprova que nossa sociedade ainda oprime
as mulheres, que o discurso misógino é tão vivo quanto nas sociedades passadas.
O que gostaria de mostrar, é que não há felicidade nenhuma nesse dia, tendo em
vista que muitas mulheres ainda são vitimas de violência domestica. Mesmo com as
recentes conquistas como Lei Maria da Penha, da criação da Delegacia da Mulher
dentro outras medidas preventivas, mulheres continuam sendo espancadas,
torturadas e não há nada de FELIZ nisso.
Uma violência que não se consegue
combater colocando mais polícia nas ruas porque ela acontece dentro de casa e
cresce alimentada pelo machismo, o ciúme e a certeza da impunidade.
Entre 1980 e 2010, mais de 92 mil
mulheres foram assassinadas no Brasil, que ocupa o sétimo lugar, no mundo,neste
tipo de crime. Pernambuco ocupa a décima colocação entre os estados brasileiros
e Recife está na sexta colocação entre capitais mais violentas no ranking de
mortes. Só nos primeiros dois meses de 2014, 32 mulheres foram mortas no
Estado.
Volta a questionar, será que as mulheres
só precisam de um DIA FELIZ?