sábado, 8 de março de 2014

FELIZ DIA DAS MULHERES?

Quero aproveitar o ensejo do tal "dia específico da mulher" para mostrar o outro lado que muitos hipocritamente escondem. Não é o dia, em que as mulheres recebem flores em supermercados, padarias ou faixas com homenagens em avenidas da cidade. 8 de Março é o dia que as atenções se voltam as mulheres, discursos e mais discursos, mensagens e mais mensagens transmitidas pela mídia, o comércio busca vender produtos em razão dessa data. Entretanto, o problema não é UM DIA e sim o que acontece nos DEMAIS DIAS, ANOS com as mulheres. Historicamente, sabemos que a mesma sempre foi oprimida pelo discurso misógino, marginalizando-a. Mas, onde há um opressor e um oprimido o confronto é inexorável, pois não há quem se submeta a uma condição de negação de vocação ontológica.

Esse DIA que reservamos para prestar felicitações às mulheres só comprova que nossa sociedade ainda oprime as mulheres, que o discurso misógino é tão vivo quanto nas sociedades passadas. O que gostaria de mostrar, é que não há felicidade nenhuma nesse dia, tendo em vista que muitas mulheres ainda são vitimas de violência domestica. Mesmo com as recentes conquistas como Lei Maria da Penha, da criação da Delegacia da Mulher dentro outras medidas preventivas, mulheres continuam sendo espancadas, torturadas e não há nada de FELIZ nisso.

Uma violência que não se consegue combater colocando mais polícia nas ruas porque ela acontece dentro de casa e cresce alimentada pelo machismo, o ciúme e a certeza da impunidade.
Entre 1980 e 2010, mais de 92 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, que ocupa o sétimo lugar, no mundo,neste tipo de crime. Pernambuco ocupa a décima colocação entre os estados brasileiros e Recife está na sexta colocação entre capitais mais violentas no ranking de mortes. Só nos primeiros dois meses de 2014, 32 mulheres foram mortas no Estado.


Volta a questionar, será que as mulheres só precisam de um DIA FELIZ? 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Transtorno desafiador opositivo e as Figuras de Poder: debates e considerações.

Por Maria Jamila Santos¹
Carlos Henrique²

RESUMO: O que se pretende com esse texto é discutir como essas “figuras de poder” são percebidas na formação da personalidade, bem como, as influências das relações estabelecidas na sociedade capitalista, são determinantes na formação do transtorno desafiador opositivo (TDO).

Indubitavelmente, afirmamos que a sociedade contemporânea, é resultado de grandes mudanças, no decorrer dos últimos séculos. Consequentemente, as relações sociais também se transformam, do mesmo modo que a formação dos indivíduos para vida social também se altera. Para Marx, o modo de produção é que orienta o desenvolvimento da vida social, política e intelectual. Nesse sentido, não podemos negar o contexto histórico-social em que se da o processo de formação da psiquê. O contexto portanto, é uma sociedade capitalista, que estabelece uma sociedade dividida em classes sociais, a saber, burguesia e proletariado, em que a classe burguesa que domina e explora, e a classe proletária vitíma da exploração que alimenta o desejo egoísta da burguesia. É claro, que essa sociedade, de alguma forma gera indivíduos que apresentam psicopatologias, dentre várias, nós pretendemos discutir o TDO – Transtorno Desafiador Opositivo distúrbio de comportamento de recusa a qualquer figura de autoridade.
Na década de 30, Erich Fromm, esboçou uma reflexão teórica “da autoridade e da família” questionando os postulados alusivos às relações pais e filhos, elementos fundamentais na construção do conceito freudiano do complexo de édipo. Na verdade, o trabalho de Fromm foi elaborar uma série de questionamentos em relação aos contextos sócio-históricos na formação dos indivíduos. E constatou que o núcleo específico da neurose e, na realidade, resultado da pressão social exercida sobre a pessoa durante os seus primeiros anos de vida.
É justamente nessa fase, que pode-se constatar, o transtorno desafiador opositivo. Ou seja, na infância pode-se desenvolver um comportamento de recusa, a qualquer forma, de autoridade. Esse comportamento pode ser resultado de um momento difícil no processo do torna-se autônomo em relação a primeira pessoa emocionalmente. Geralmente, quando se tem uma criação rígida a tendência a desenvolver esse transtorno na adolescência e posteriormente na idade adulta é muito grande. Estudos revelam que 16% da população em idade escolar, tendem desenvolver TDO, sendo mais comum em meninos do que em meninas.
A criança quando nasce, ela já encontra uma realidade existente, relações hierarquicamente estabelecidas, de modo que a existência social determina suas consciências: “Não é a consciência dos homens que determina sua existência, mas, pelo contrário, sua existência social lhes determina a consciência.”( FROMM,1970. p.29). Nesse sentido, ainda de acordo com Fromm, a solidão e a impotência encontraram na indústria moderna artifícios da felicidade de consumo e estímulos para o rápido alívio psicológico da condição humana – que em seu dinamismo tende a procurar soluções de alguma forma, com possibilidades de satisfação, ainda que ao preço da violência, da neurose e servidão voluntária. Encontra-se aqui a explicação para o nazifascismo, que é na verdade a ânsia de poder e não é originada da força, mas da fraqueza.
Toda essa recusa na verdade é um mecanismo de defesa dos indivíduos, que desenvolvem um comportamento contrário a todo tipo de autoritarismo, e principalmente aos que em suas funções de tal maneira agem. Ao ponto que, o problema é bem mais complexo do que as pessoas pensam, quando em atitude reducionista, transferem a culpa exclusivamente a indivíduo X ou Y, é um problema que remonta a repensar as relações estabelecidas na sociedade contemporânea.

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¹ Mestre em Psicologia Social Universidade de Brasília.
² Graduando em História pela Universidade Estadual de Goiás. 

Referências Bibliográficas:
FROMM, E. O Medo à Liberdade. Tradução de Octávio Alves Velho. 14ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1983. 
FROMM, E. Crise da Psicanálise - ensaios sobre Freud, Marx e Psicologia Social. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1971, p.153-4.
FROMM, E. Psicanálise da Sociedade Contemporânea. Tradução de E. A. Bahia e Giasone Rebuá. 10ª Ed. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1983. 



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O sacerdote do Conhecimento e a Vedete da história: primeira parte.

De Todos até hoje, o sacerdote do conhecimento é sem dúvidas o mais conhecido, por suas aulas que na verdade é um verdadeiro show, onde só ele vê graça em suas piadas, seus textos sem lógica e sua interpretação bestial. Ele realmente tem uma boa atuação cênica em sala de aula, recentemente atuou bem como político, e sem dúvidas aqui se encontra a razão pela qual ganhou o pleito para chefe do espaço sagrado do conhecimento. Poxa vida, agora o sacerdote vai atuar como ninguém, seu poder que antes se restringia a quatro paredes, se expandiu para todo campus, agora sim, ele é o cara, se antes era admirado em sala de aula, pelos oportunistas. Agora como chefe do espaço sagrado, conquistou todos os segmentos administrativos, até mesmo os que não gostava dele, até se aproximam do sacerdote, o cumprimenta o abraça, o beija. O que nos resta a dizer: a falsidade é a moda do momento. Na verdade essas pessoas só estão preocupadas mesmo, e em garantir sua posição, não arrumar confusão com o sacerdote, o homem sagrado, é o melhor a fazer... o histórico é bem explicito dos que ousaram e acabaram se ferrando.  
Mas, como todos sabem, o sacerdote precisa de ajuda pra atuar, sozinho ele não comanda o espaço sagrado. Ele precisa de um braço direito, que tudo que ele decretar precisa ser executado por ele.   O samurai da opressão não pode atuar sozinho, ele precisa de uma pessoa que esteja disposta a fazer qualquer coisa pelo sacerdote. E claro que essa pessoa não quer não perder sua posição confortável na burocracia digamos assim, e assim tudo que o sacerdote mandar ele vai fazer. Ele ameaça de processo, ele ameaça de reprovar, se algum aluno o procura pra reclamar ele tem sempre em suas mãos sete pedras. Ah, todos sabem que estamos falando dela, a vedete da história, se na gestão anterior ele não ousou bater de frente, o que dirá nessa. 
A verdade é que como vedete ele sempre tem que escolher quem tem mais a oferecer: entre aprendizes e mestres, escolhe mestres, entre o sacerdote e os mestres escolhe o sacerdote, ele sempre está a favor de quem mais lhe oferece. É onde fica a ética da vedete? Em lugar nenhum, vedetes são prostitutas que se vedem, seu compromisso é com o lucro. Vedete, Vedete, seus dias são de glória nesse espaço sagrado dedicado ao saber, sua posição e confortável, tem voz ativa, está por cima da “carne seca” essa vedete é demais. E agora como ela se comporta em meio a esses impasses em relação a oficialização do pleito em que o sacerdote ganhou? Como sempre, imparcial e caladinha, só esperando a maior e próxima oferta.